26.10.05

s.f., leve agitação do ar; vento brando; brisa; bafejo fig., ocasião favorável; aparência

insônia(*)

sobre reboco em parede andarei
com pés de aragem
como em paisagem de Escher

sobre o musgo dos andaimes andarei
com pés de limbo
em um xadrez sem parceiro

sobre o líquen das cadeiras andarei
com pés de lupa
em ritmo de astronauta

lá onde sou deserto
pradaria tundra estepe
abrirei meu canivete
pra cortar o véu de névoa
que envolve a vigília espessa

e então que eu adormeça
alma noviça na treva

(*) todos os poemas desse blog são de autoria de Marco de Menezes.

4 comentários:

Cláudio B. Carlos disse...

Oi!

Gosto muito desse poema. Só agora "descobri" que é teu, putz... Tenho o cedê. Ficou muito bom na voz do Bebeto Alves.
Abraços do *CC*

Unknown disse...

Oi Primo, que lindo sao os teus poemas. Faz tempo que nao converso contigo, mas sempre penso em ti. Beijos Claudia

Anônimo disse...

http://www.inf.ufrgs.br/cg/inf01047/pratica02/E110.jpg

alma noviça na treva*

:x

;~

Anônimo disse...

Marquinho acho que descobri por onde a tua poesia me chega:
São imagens que navalham as palavras
antecipando o sentido das mesmas com
novas descobertas e sensações.
Cruas, fortes, densas e compactas de
muitos sentimentos guarnecidos que porventura explodem de si mesmos no fazer arte, fazer poético.
Fico feliz deste aprendizado vigoroso e renovado.
Do amigo e antigo-novo parceiro.
Felipe Azevedo.